O objetivo deste trabalho se insere na tentativa de elaborar uma reflexão filosófica do sertão nordestino a partir de personagens do romance “Vidas secas” (1938) de Graciliano Ramos. Os primeiros retratos da região que estava sendo constituída como sertão do Nordeste foram registrados via literatura, e mais especificamente, na chamada literatura de 1930, em um período no qual convencionou-se chamar de “Regionalismo”. Utilizaremos o método hermenêutico com o intuito de analisar filosoficamente o significado da atuação de personagens como Fabiano e Sinha Vitória para demonstrar que, mesmo em situações de crise humanitária alinhadas ao subdesenvolvimento, estes sertanejos intuitivamente foram capazes de refletir sobre suas vidas com profundidade, a despeito das forças governamentais locais e nacionais daquela época que relegaram o povo sertanejo à exploração e à miséria. Autores como Graciliano Ramos diagnosticaram bem a situação precária na qual vivia o povo sertanejo, mas nem por isso deixaram de demonstrar que, mesmo intuitivamente, os sertanejos eram capazes de compreender a si mesmos com profundidade, assim como conseguiam refletir sobre a situação de desigualdade social e de injustiça na qual foram abandonados.
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